São quase quatro horas da manhã e aqui permaneço eu, na melhor das companhias, apesar de ser virtualmente, sinto a sua presença e adoro, simples.
A madrugada deixa fluir todos os pensamentos para palavras, tentando assim acalmar-me a alma para que me possa deitar mais descansado.
Infelizmente, ninguém é de ferro, e eu, como toda a gente, também não sou. Gostava de ter a força e a garra do vento, para que em circunstâncias aparentemente impossíveis, não me apetecesse desistir mas sim lutar, como se tudo fosse possível se simplesmente acreditássemos.
Sinto algo a ocupar-me todo o encéfalo, não me permitindo ser feliz, não me deixando viver um dia de cada vez, e o mais estranho é que não sei a origem deste fenómeno, serei eu o problema? Será algum tormento? Não sei, e além disso, não encontro respostas para que possa esclarecer todas as minhas dúvidas.
Tento afastar-me sempre dos problemas, tenho um hábito terrível de me preocupar de mais com coisas que não devia, mas eles acabam sempre por aparecer, mais rápido do que é normal, e como já me disseram, sou eu que os crio, sou eu que me problematizo a mim mesmo com coisas que eu deveria simplesmente não pensar.
Não tenho confiança em mim, talvez sejam muitos fatores a influenciar, mas a verdade é que ela não existe. Será auto-estima? Serão as pessoas que me rodeiam? Não faço a mínima ideia.
Sinto-me perdido, como um simples pássaro acabado de nascer que caiu do ninho e não sabe o que fazer para sobreviver, mas as leis da natureza obrigam-no a ter uma atitude, a fazer-se à vida, tentando mudar o impossível tornando-o possível, pois a vida não acaba por causa de um simples desafio que resolve aparecer para testar as nossas.
Talvez devesse eu fazer o mesmo, tentar mudar, afinal, o vento é tão odiado nos dias gelados e chuvosos de inverno, e mesmo assim não desiste, por mais que o odeiem, ele mostra sempre toda a sua força e a sua existência. Não deveria ser assim, na fase da vida em que me encontro, devia resolver ser feliz, tomar uma atitude como o pássaro, que quando aprende a voar, a sua felicidade floresce como uma rosa que desabrocha no limiar da primavera, deveria eu tornar-me forte, dar uso à minha personalidade, mostrar quem realmente sou, esquecendo todos os problemas que habitam a minha cabeça.
A união faz a força, e a que existe entre o vento e o pássaro permite-os ser felizes juntos sem que nada influencia sua relação.
Agora, fico-me por aqui, vou lá fora deixar que o vento, como meu amigo, me leve as más energias, visto que ele tem uma força suprema e por isso, conseguirá decerto fazer com que eu me vá deitar ainda mais calmo e sereno do que apenas com este desabafo.
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