17/07/2014

Pensamento incógnito.

Às vezes sinto uma angústia dentro de mim quase inexplicável, não por não ter significado, mas talvez por eu não a conseguir explicar.
Tento importar-me comigo e tentar valorizar-me mas não consigo, praticamente tenho vivido sem realmente saber quem sou, ou reparar que eu existo, sinto-me apenas fisicamente existente, mas nem nisso eu reparo às vezes. Não sei se o que eu penso esteja certo, mas eu sou um adolescente, podendo às vezes ter atitudes, pensamentos ou opiniões de um adulto, eu ainda sou um adolescente, e ainda o sendo eu sinto que não sou valorizado, que ninguém quer saber de mim, e ainda para mais, algumas circunstâncias do quotidiano, fazem-me crer que algumas pessoas até se aproveitem de mim, e eu, com a minha ingenuidade, não reparo nisso, e deixo que se aproveitem.
Já tentei acreditar mais em mim, nas minhas capacidades, valorizar-me, erguer a cabeça, mas carrego um peso enorme que não me deixa, peso de pedras que me foram atirando, e quem o fez atirou-as e continua a atirá-las para o sítio mais frágil de mim, os meus ouvidos. Palavras que entram como pedras, que se acumulam no meu cérebro e fico dias seguidos a pensar no mesmo, palavras que entram como facas que perfuram um coração frágil de um ser que apenas quer viver mais um dia, mas que há alguém que não permite que o faça.
Quero apoio de quem é a obrigação dar-mo, quero ser valorizado, quero conselhos, não críticas, condenações ou conveniência, não sou um boneco.
O que eu sinto, agora poderá ser inútil, mas sempre interiorizei que "quem semeia vento, colhe tempestades", e eu sei que um dia, quando a revolta e a tristeza for de tal forma imensa, que eu vou perder a ingenuidade, que vou perder tudo, para ganhar uma vida como sempre sonhei, sem hipocrisia, sem falsidade, com pessoas que me amem, que o demonstrem, que o façam, que me valorizem, que me aceitem como sou e que queiram sempre o melhor para mim.
Não posso terminar este desabafo sem referir o mais importante que se sucedeu na minha vida, o facto de ter conhecido a pessoa que nos dias de hoje é a mais importante para mim: a minha princesa. A ela quero remeter-lhe umas palavras:
"- Obrigado, não só por estares presente nos bons e maus momentos e me apoiares sempre que preciso, mas sim por me fazeres crescer e acreditar que sou capaz de fazer qualquer coisa, por mais impossível que pareça, a ti devo tudo!"
Estarei errado em sentir isto? Deverei mudar, e tentar abrir os olhos para comigo, podendo ser eu que esteja apenas a querer criar problemas inexistentes? Ou então, eu estou certo, e vivo num meio inútil? Que apenas vivo num meio de pessoas que não têm perceção dos valores humanos, das necessidades de um adolescente? Serei eu que terei de dar um rumo à minha vida, na sua totalidade? Além das obrigações escolares? Pensamento incógnito...
Vou acabar de fumar o meu cigarro, inspirar e tentar erguer a cabeça para acordar com mais um sorriso, porque apesar de todos estes problemas, ainda tenho um motivo que me faça acordar com um sorriso no rosto e com força de enfrentar todos os desafios que poderão surgir.
Boa noite.


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